sexta-feira, novembro 24, 2006

Fantástica

A intervenção de José Pacheco Pereira ontem, dia 23, no arranque do ciclo de debates sobre a revisão do Programa do PSD.


O comentador político e antigo deputado lamenta ver «militantes a não só aceitarem a classificação, mas classificarem-se como militantes de um partido de direita», acrescentando que se esses militantes «lessem e estudassem o programa» do PSD isso não aconteceria uma vez que, segundo este, «Sá Carneiro explicitamente negou a classificação como partido de direita».


Pacheco Pereira advertiu para a necessidade do PSD não repetir erros cometidos no passado e que ainda hoje custam caro ao partido, dando um exemplo que se reporta ao tempo da liderança de Cavaco Silva, quando «o PSD apareceu, em dois ou três discursos, a falar da trilogia salazarista «Deus, Pátria e Família».

Para o ex-eurodeputado, este é um erro pelo facto do PSD ainda que «moldado pela tradição da Doutrina Social da Igreja» ser na verdade «um partido programaticamente laico», apesar da sua «tradição de personalismo de raiz cristã».

Neste debate, Pacheco Pereira disse ainda que o partido não pode voltar a cometer o erro de fazer uma campanha eleitoral «populista à americana, negando a identidade dos partidos adversários».


«São erros que pagámos caríssimo e que, provavelmente, vamos continuar a pagar por mais anos», frisou, defendendo que, paralelamente à discussão sobre a revisão do programa do partido, o PSD deve discutir a alteração dos seus estatutos, de modo a «reforçar a dimensão cívica do partido».


O ex-eurodeputado advertiu ainda que o «PS vai pagar caro por governar mantendo o partido num canto», acrescentado que «um partido de funcionários públicos é um desastre».


Pacheco Pereira alertou também para as «boas e má consequências da globalização» e para a espectacularização da política», defendendo que o PSD deve intervir em questões importantes para o futuro do país, como a educação, a bioética e a investigação científica.

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